Valdo: "Há amor nesse elenco"

A última vez que o Paris se classificou para uma semifinal da Champions foi com Valdo, em 1995. Assim, 25 anos depois, por ocasião dos 50 anos do clube da capital, o brasileiro falou com a PSGTV em Lisboa sobre este jogo muito emocionante diante da Atalanta.

Podemos imaginar que isso reviveu algumas memórias... Que emoções você sentiu?

Estou muito feliz por estar aqui e fazer parte desta família do Paris Saint-Germain. Este jogo foi muito comovente, muito emocionante. O Paris perdia por 1 a 0 e até o final os jogadores foram guerreiros em campo. É aqui que o amor e a determinação entre os jogadores formam uma mistura explosiva. O Paris Saint-Germain mostrou que tem de tudo: o vínculo entre os jogadores, a qualidade, e assim a vitória foi merecida. Há amor neste elenco e, claro, há o toque de treinador. Sem isso, seria impossível ir até o fim, empatar no final e virar nos acréscimos.

Como você vivenciou a partida?
Como jogador, sempre apoiei o Paris Saint-Germain, então durante esse jogo foi ainda pior! Exceto que sou bastante quieto. Para mim, sempre há uma saída, e continuei pensando nisso, mesmo quando o Paris sofreu um gol. Já tinha amigos me ironizando, falando de eliminação e eu dizia 'não se preocupem, quando a cortina fechar, vamos marcar na hora certa e nos classificar', e quer saber, aconteceu.

Quando você está atacando e não consegue encontrar uma brecha, pode começar a duvidar?
Quando seu nome é Neymar Jr. ou Kylian Mbappé, é mais fácil não duvidar. É verdade que Neymar perdeu duas chances que não costuma perder. Mas sentimos que ele estava no jogo. Quando ele está jogando nesse nível, não há sistema tático para impedi-lo. Um pouco como Mbappé ou Messi. Quando ele está na noite certa, é imparável. Neymar teve muito espaço e nos contra-ataques foi realmente impressionante.

Quanto a Mbappé... Eu, se sou o treinador da Atalanta, e vejo que Kylian Mbappé está se aquecendo, já fico preocupado. Isso significa que é impossível pará-lo, são necessários pelo menos dois jogadores para detê-lo e o mesmo para Neymar, o que é muito complicado. É a força de ter um grupo como o do Paris Saint-Germain. Agora, vamos torcer para que Kylian esteja 100% no próximo jogo, para que os adversários não consigam dormir bem.

Tínhamos a sensação de que os 23 jogadores eram um só. Como você vê este grupo?
Todos os jogadores foram muito importantes, os que estão em campo, mas também os que estão de fora. Estiveram presentes, focados, e o bom exemplo é Choupo-Moting, que entrou, marcou e classificou o Paris Saint-Germain.
Eu o parabenizo. Não foi fácil começar no banco, e isso já mostra que ele é muito inteligente. O mais importante era estar pronto, e ele estava. Quando o treinador o chamou, ele se concentrou em fazer a diferença. Depois, todos os jogadores ficaram felizes por ele, porque é uma boa pessoa. Ele é uma pessoa feliz e envolvente. Estamos falando do Paris Saint-Germain e não é fácil ser titular  nesta equipe. Mas o mais importante para mim, como ex-jogador, é estar pronto e disponível para o treinador.

E tem jogadores como Marquinhos ou Keylor Navas, que não usam a braçadeira, não falam muito, mas são verdadeiros líderes. Na sua confiança, na sua aparência, eles dizem muitas coisas. Eu estava orgulhoso deste Paris Saint-Germain.
Hoje, o Paris Saint-Germain tem de tudo. Eu sinto que eles estão prontos. Existem sinais que me deixam otimista. Artilheiros que ninguém esperava, uma emoção forte, sofrimento e sabedoria adquiridos juntos.

Uma palavra final, Valdo?
Obrigado ao Paris pelo convite, isso me emociona muito. Sempre vou manter este clube em meu coração, por toda a minha vida. Paris est magique!