Thiago Silva: “Não queremos nos contentar só com a final”

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O zagueiro brasileiro falou sobre os últimos dias vividos pelo clube da capital em Portugal, aproveitando a ocasião para tratar sobre a final da Liga dos Campeões da UEFA.

Se o Paris Saint-Germain possui a melhor defesa da temporada na Liga dos Campeões (somente cinco gols sofridos), é por ter uma defesa sempre atenta. Na grande área, um homem leva a competição dentro do peito de uma forma especial: Thiago Silva. Alguns dias antes de uma final histórica, o capitão brasileiro falou com a PSGTV sobre a aventura fora do comum.

O que você sentia enquanto o clube avançava na competição?

Sabe, quando você falha como foi o nosso caso nas temporadas anteriores e quando você é eliminado nas oitavas de final três vezes consecutivas, e depois chega nas quartas de final, você imagina: “Isso vai acontecer novamente?”. Nesses momentos, você deve ser forte mentalmente, pensar somente no resultado positivo e focar na vitória. Chegar na final era o nosso sonho há muito tempo.

A crise sanitária, a final, o aniversário de 50 anos, o fim do contrato... A gente imagina que esse ano realmente foi especial para você?

Penso que é uma temporada única, considerando tudo o que passamos – a pandemia, o isolamento, a crise do Covid-19. Foi muito complicado para nós fisicamente. Passamos três meses dentro de casa praticamente. Vários jogadores vivem num apartamento e tiveram dificuldade para seguir o que o clube propôs em termos de treinamento e preparação... Então, nosso retorno foi um pouco complicado.

Mas temos tudo em nossas mãos para terminar como o previsto, quando o clube festeja seu aniversário de 50 anos e com meu contrato chegando ao fim. Enquanto jogava contra a Atalanta, não sabia se seria o meu último jogo ou se teria a oportunidade de jogar outro. E não posso me privar de pensar isso, acredito que é algo muito natural. Mas sou muito tranquilo e muito feliz com tudo o que vivi no clube. E, se essa final for meu último jogo, estarei contente. Consegui entregar tudo o que podia. Mas o mais importante é o que fazemos em campo. Estamos escrevendo a história e não parar por aqui.

O que você guarda quando olha para o passado?

Logo de cara já me sinto feliz e muito honrado de fazer parte dessa equipe, de ter contribuído com a evolução do clube. Cheguei aqui durante a temporada 2012-2013 e os novos proprietários tinham grandes ambições. Vivemos grandes decepções e muitos momentos de felicidade. Havia muita pressão para que a gente fosse líder, principalmente com Zlatan Ibrahimovic. E, se chegamos até a final e vamos aproveitar disso, devemos agradecer os jogadores que chegaram antes, como Pastore, Ibra, Maxwell, Sirigu... Eles ajudaram a reconstruir a equipe e, se chegamos até aqui, temos que olhar para trás e agradecê-los. Mas sou muito grato e serei durante toda a minha vida por tudo que vivi aqui. E quero continuar a escrever a história. Nós já entramos na história ao chegar na semifinal 25 anos depois. E agora, chegar numa final dos sonhos, algo pelo qual trabalhamos tanto, é motivo de felicidade e não queremos nos contentar só com a final.

Pode falar especificamente sobre o Bayern de Munique, o adversário da final?

Bem, falar do Bayern de Munique é muito fácil. Todos aqueles que amam o futebol consideram essa equipe como um modelo no cenário europeu e mundial. É um time que joga com uma intensidade elevada e possui muita qualidade. E isso vai do goleiro, que é um dos melhores do mundo, até o atacante, que é o artilheiro da Liga dos Campeões na temporada, e é uma das melhores equipes do mundo. Devemos respeitar o time deles e tentar manter a nossa maneira de jogar, como fizemos durante toda a temporada, para estarmos no nível mais alto. Talvez não teremos essa motivação adicional que poderíamos ter com nossos torcedores, mas posso afirmar que motivação não vai faltar.