Sergio Ramos: o incrível currículo do zagueiro espanhol

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Após 16 anos no Real Madrid, Sergio Ramos acaba de assinar por duas temporadas com o Paris Saint-Germain

Seria presunçoso tentar resumir a carreira de Sergio Ramos em poucas linhas, e ousar encontrar adjetivos suficientes para qualificar não só o jogador, mas também sua personalidade. Porque na última década, nenhum zagueiro conseguiu rivalizar com ele, pois a influência que ele exerceu no prestigioso Real Madrid ou na era da grande Espanha foi inigualável no mundo do futebol.

Para compreender o seu impacto, é necessário primeiro retroceder a história de um prodígio sevilhano, formado durante oito anos no clube de sua cidade, antes de estrear com os profissionais com apenas 18 anos. Na época, a promessa se destacava como lateral, e sua convincente estreia permitiu-lhe chamar a atenção dos gigantes. O enorme Real Madrid gastou uma soma recorde para um jovem em 2005, entregando-lhe a histórica camisa 4 que já foi um dia de Fernando Hierro. Era o início de uma história incrível para o garoto da Andaluzia, determinado a conquistar o país.


Ramos recebeu o Prêmio Don Balón de revelação em seu primeiro ano, foi eleito o melhor lateral-direito do mundo três anos consecutivos pela FIFPRO e logicamente se juntou à geração de ouro da Fúria aos 19 anos, um ano após erguer a Euro com o sub-19. Com a Espanha, ele triunfou de imediato, vencendo a Euro 2008, a Copa do Mundo de 2010 e a Euro 2012, com direito a cavadinha em pênalti decisivo. 15 anos após sua estreia, ele tornou-se hoje o jogador com mais partidas por uma seleção nacional (180).

No prestigiado Real Madrid, Ramos também se tornou titular indiscutível. Ele venceu seus dois primeiros Campeonatos Espanhóis em 2007 e 2008, quando se juntou à seleção da FIFA, e nunca mais a deixou. Porque até hoje, apenas os lendários Cristiano Ronaldo e Lionel Messi (14) apareceram com mais frequência do que ele entre os 11 melhores do ano do FIFPRO (11 vezes).
E então, o lateral tornou-se um zagueiro sob o comando de Mourinho, além de um pilar e uma referência. Guiado pela agressividade, pela ciência da colocação, pelo gosto pelos duelos físicos e pela capacidade de antecipação, Ramos se encaixou perfeitamente em sua nova posição.


Os anos se passaram, os companheiros e os treinadores mudaram, os troféus se acumularam, mas a aura e o estilo permaneceram. 16 anos durante os quais Sergio Ramos se consolidou como um dos melhores zagueiros do mundo. E deu a si mesmo um recorde incontestável. Em 16 anos, nada satisfez sua busca por títulos com o Real Madrid, onde acumulou nada menos do que 22 troféus em suas prateleiras: cinco títulos da liga espanhola, quatro Liga dos Campeões, quatro Mundiais Interclubes, três Supercopas Europeias, duas Copas do Rei e quatro Supercopas da Espanha.

Ao todo, foram 671 jogos e a bagatela de 101 gols marcados. Porque "SR4" também goza do luxo de ser um dos defensores mais decisivos da história. Uma anomalia no cenário do futebol. De fato, Ramos continua a ser o único defensor a marcar em duas finais da Liga dos Campeões (2014 e 2016).
Herói da semifinal de 2014 contra o Bayern com dois gols de cabeça, foi na final que ele marcou o seu nome na Taça Orelhuda. Naquela noite, ele arrancou uma prorrogação aos 93 minutos com uma memorável cabeçada contra o Atlético de Madri, e levou seu time à tão esperada "La Décima". Uma das jogadas mais icônicas da história do Real Madrid.
Há a Liga dos Campeões, costurada na carne, mas também a grandeza do Clássico, que corre em suas veias. Na verdade, o defensor disputou 45 edições do duelo contra o Barcelona, mais do que qualquer outro jogador na história da rivalidade ibérica. Ele também marcou cinco vezes nessas partidas de gala.


Difícil, porém, resumir Sergio Ramos a um currículo - por mais rico que seja - sem evocar sua personalidade extraordinária. O Capitão Merengue, líder de coração e competidor de sangue, aquele que pode atuar em todas as posições defensivas é antes de tudo um atleta extraordinário, movido pelo sentido de sacrifício e pela vontade de vencer tudo. Uma referência mundial, tornou-se uma lenda em seu clube e em seu país, mas também e acima de tudo um jogador completo em perpétua busca de novos desafios.
"Eu sou o dono do meu próprio destino", pode ser lido em tinta azul na tatuagem que passa por suas costelas. Seu destino agora o leva à Cidade Luz, para escrever uma nova página em sua história. Será agora com a camisa Rouge et Bleu que suas ambições ganharão vida.