Por todos os estados: A trajetória parisiense na Champions League

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A poucos dias da final da UEFA Champions League entre o Paris Saint-Germain e a Inter de Milão, reviva a trajetória dos Rouge et Bleu nesta competição. Um caminho de emoções que levou os parisienses a Munique!

CAPÍTULO 1
NOVA FÓRMULA

É uma estreia. A mais prestigiosa competição europeia de clubes ganhou uma nova cara com um novo formato. Mais equipes, mais partidas, um calendário revisado e um suspense mais intenso. O veredito do calendário sai no final de agosto: Paris enfrentará Girona, Arsenal, Eindhoven, Atlético de Madrid, Bayern de Munique, Salzburg, Man City e Stuttgart.

Oito partidas, sendo duas em janeiro. Um calendário desafiador, apesar de Paris estar no pote 1. A cortina se abre, a nova versão da Champions League pode começar.

CAPÍTULO 2
FUTEBOL, ESPORTE CRUEL

É contra o Girona, estreante na competição, que o PSG dá o pontapé inicial. Diante de uma equipe que havia causado sensação na La Liga na temporada passada e que não tinha nada a perder ao vir ao Parc des Princes, os Rouge et Bleu lutam, dominam, mas têm dificuldade para encontrar o caminho do gol. É preciso esperar os últimos instantes e um lampejo final de Nuno Mendes pela esquerda para finalmente forçar o destino. Seu cruzamento-chute é mal defendido pelo goleiro adversário, que deixa a bola escapar para dentro do gol. Paris vence pelo placar mínimo e aprende, desde já, que nunca se deve deixar de acreditar, até o fim. Um bom presságio para o que está por vir.

Mas o futuro próximo se mostra mais complicado para os parisienses, que sofrem sua primeira derrota da temporada, em todas as competições, em Londres, no campo do Arsenal. Uma derrota que é seguida por um empate em casa contra o Eindhoven e uma nova queda no último suspiro do tempo adicional, diante de um Atlético de Madrid que golpeia no segundo final.

Mesmo assim, o técnico parisiense Luis Enrique não se abala com os sinais de alerta. Ele afirma que sua equipe não está sendo recompensada após atuações de alto nível — com estatísticas que comprovam — mas que ainda carece de precisão nas finalizações. É preciso ajustar a mira para que tudo volte aos trilhos. Sem sorte em Munique na partida seguinte, uma derrota por 1 a 0 em solo bávaro, jogando com um a menos, gera dúvidas entre os analistas. Mas não entre os torcedores, nem na comissão técnica, nem entre os jogadores. É diante do muro que os parisienses vão escrever a história.

CAPÍTULO 3
TRÊS JOGOS, UM MOMENTO DECISIVO

Três finais a disputar. É assim que Luis Enrique aborda os três últimos jogos desta fase da Liga. Primeira curva em Salzburgo: Paris faz uma sinfonia ao vencer por 3 a 0, com destaque para o primeiro gol de Désiré Doué com a camisa parisiense. Em seguida, vem o Manchester City no Parc des Princes. Os reis das últimas temporadas da Premier League estão em apuros e precisam de um resultado em Paris.

E, contra o rumo do jogo, os ingleses abrem 2 a 0 e parecem praticamente condenar os Rouge et Bleu à eliminação. Mas há algo no ar, algo diferente, algo que transforma uma noite de tempestade em um ponto de virada histórico. Essa resiliência, essa esperança que os parisienses vêm demonstrando desde o início da competição, vira tudo de cabeça para baixo. Paris vence por 4 a 2 em um Parc des Princes em ebulição, e conquista o caminho da classificação — e mais do que isso: Paris entra em estado de graça.

Depois, vence o Stuttgart por 4 a 1, com autoridade e um hat-trick de Dembélé. O Paris Saint-Germain brilha e avança para os playoffs, enfrentando o Brest, como parte da nova fórmula das competições europeias.

Diante dos valentes bretões, os parisienses demonstram confiança em sua força e superam essa etapa com brilho. Vencida a prova da Bretanha, o destino agora é a Inglaterra.

CAPÍTULO 4
EXÉRCITO VERMELHO E AZUL

O Liverpool, líder incontestável da Premier League e vencedor da Fase de Liga, é o próximo adversário dos parisienses. Prevê-se o inferno para este Paris reencontrado, despreocupado, mas que agora enfrenta seu maior desafio da temporada. A primeira partida é perdida no detalhe — o futebol pode ser cruel (ver Capítulo 1) —, mas aquele “algo a mais” ainda está lá. A derrota não abala essa força coletiva, essa coesão de equipe que começa a encantar toda a Europa. Todos os analistas ao redor do mundo, inclusive na Inglaterra, destacam um PSG extremamente sedutor, que fez os Reds balançarem, mesmo com a derrota.

Em Anfield, a magia aconteceu. O templo de quem nunca caminha sozinho foi o palco de uma noite diferente. Dembélé, mais uma vez, marca e Paris continua a encantar. É preciso a disputa de pênaltis, um grande Donnarumma e uma cobrança decisiva de Doué para levar os parisienses e seus torcedores às portas da felicidade.

Um setor visitante parisiense que encantou toda a Europa — as imagens compartilhadas por torcedores de outros clubes mostram o apoio incondicional do povo parisiense, que nunca desiste de nada e que está em perfeita sintonia com seu time.

O Aston Villa ainda tentou pregar peças em Luis Enrique e seus homens — como abrir o placar em Paris ou tirar uma diferença de dois gols em Birmingham e virar o jogo no placar. Como um lembrete de que tudo pode mudar rapidamente no mais alto nível. Mas os dribles de Kvara, as arrancadas de Doué, o controle de Viti e a mão de ferro em luva de ferro de Gigio foram os fatores decisivos. Depois de Liverpool e Birmingham, Paris caminha agora rumo a Londres.

CAPÍTULO 5
O CHAMADO DE LONDRES

O famoso piscar do destino. A derrota para o Arsenal na Fase de Liga soava como uma leve dor de cabeça, mas esse confronto de ida e volta seria uma história completamente diferente. Com um Paris mais forte, mais maduro, mais confiante. E mesmo que o Arsenal tivesse todos os argumentos para acreditar que seriam eles a derrubar a sensação PSG, Paris permaneceu combativo. Fiel aos seus princípios de jogo.

E Dembélé abriu o placar logo aos 4 minutos em Londres. Um único gol que bastou para a felicidade dos nossos, permitindo encarar o jogo de volta da melhor forma possível. E se fosse preciso escolher apenas um jogo de toda essa campanha, PSG x Arsenal talvez fosse esse.

Quando Fabián faz sua finta de corpo para se abrir espaço e soltar um míssil, o Parc rugiu como poucas vezes antes. Esse gol ecoa nas defesas do bravíssimo Donnarumma, que parece fazer de tudo para se reencarnar como uma muralha em sua próxima vida.

Quando Hakimi marca o segundo gol parisiense, todo o povo vibra — nada mais pode atingi-los. A comunhão é total, mesmo que esse famigerado alto nível goste de testar nossos guerreiros, com o Arsenal diminuindo a diferença. Mas nossos parisienses escrevem seu destino com a força do seu talento. Paris está na final. Uma final para seu povo, que havia sido privado dela em 2021.

CAPÍTULO 6
FAZENDO HISTÓRIA

Difícil escrever estas próximas linhas sem ser supersticioso. Não queremos prever nada, nem desejar nada — a não ser viver emoções eternas. Paris disputará o primeiro jogo oficial de sua história contra a Inter nesta final da Liga dos Campeões. Cabe aos jogadores, à comissão técnica, a todo o clube e aos seus torcedores escreverem o final deste capítulo, cujas linhas serão redigidas neste sábado, por volta da meia-noite.