Foco em Ángel Di María: El Fideo ainda tem fome

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Líder de assistências da Ligue 1 e jogador mais utilizado no elenco parisiense, Ángel Di María correspondeu novamente. Confira como foi mais uma temporada de alto nível do craque

Agora que Ángel Di María foi eleito o melhor garçom do Campeonato Francês, o momento parece adequado para fazer um balanço das estatísticas do argentino.

Numa época em que o futebol está em pausa na França, parece oportuno olhar pelo retrovisor e contemplar o que foi alcançado até agora. Para Di María, seria necessário retroceder até 2015 para analisar o trabalho do atacante.

Após chegar com grande alarde no Paris Saint-Germain de Laurent Blanc para se juntar a Zlatan Ibrahimovic na linha de frente do ataque, este grande fã de Kily González desembarcou com um currículo bem abastecido e um título da Liga dos Campeões do qual ele foi um dos grandes protagonistas. Seus braços tatuados contam uma história, e o talento sob seus pés revelam outra. Mas Di María é um jogador emotivo, e a Cidade Luz o daria a segunda chance que procurava para se reafirmar.

Na capital francesa, o argentino não desmentiu sua reputação. De seus dribles hipnotizantes às suas cavadinhas cruéis, das celebrações de amor às suas arrancadas fenomenais, El Fideo continua a brilhar nos gramados.
O nativo de Rosário passou a segunda parte da temporada 2018-2019 como o jogador mais decisivo do elenco parisiense, antes de continuar se destacando na temporada 2019-2020. Longe de ter uma avenida à sua frente no ataque parisiense, o atacante se tornou o pilar do ataque de Thomas Tuchel. E desde sua chegada, mesmo tendo experimentado vários esquemas táticos, o treinador nunca abandonou a ideia de colocar o camisa 11 em campo. Escalado na direita ou na esquerda, na frente do ataque ou pelo meio, o versátil argentino sempre esteve presente.

É também por isso que, após ter sido o jogador mais utilizado por Thomas Tuchel na última temporada, o argentino foi novamente o parisiense mais solicitado em 2019-2020, com 37 jogos disputados em todas as competições.

E as estatísticas?

O craque também brilhou em campo, como evidenciado por suas estatísticas ainda incríveis cinco anos após sua chegada. Quando o campeonato foi interrompido prematuramente, Ángel Di María já era o líder de assistências da Ligue 1, com 14 passes decisivos, seis a mais do que qualquer outro competidor. Algo recorde a 10 rodadas antes do final do campeonato, desde que o Opta passou a analisar a competição (2007).

O atacante argentino também conquistou este título pela segunda vez, após suas 18 assistências em 2015-2016, que consiste no recorde atual na França.

Mas isso não é novidade para o camisa 11. No total, ele já acumulou 87 assistências com a camisa Rouge et Bleu. Um número  pelo menos duas vezes maior do que qualquer jogador da capital e que logicamente o torna o maior garçom da era QSI. São 56 passes decisivos apenas na Ligue 1 desde a sua chegada, 24 a mais do que qualquer outro jogador no mesmo período.

“Durante as sessões de treinamento, tento coisas raras para ver se funcionariam nas partidas. Digo a mim mesmo que, todos os anos, é possível aprender coisas novas. Este ano, por exemplo, dei algumas assistências com a parte externa do pé e, quando fazemos isso uma vez, tentamos reproduzir, tendo funcionado na Liga dos Campeões e na Ligue 1", confidenciou o craque à revista oficial do clube.

Mas não é apenas no passe final que Ángel Di María se destaca. O atacante parisiense também balançou as redes 12 vezes nesta temporada em todas as competições e marcou nada menos do que 81 gols desde sua chegada a Paris, fazendo dele o nono maior artilheiro da história do clube. Isso tudo sem ocupar a linha de frente do ataque, ser um goleador ou se responsabilizar pelas cobranças de pênaltis.

"É um presente trabalhar com um jogador como Ángel, ele sempre é o primeiro jogador no vestiário, é super profissional. Ele sempre trabalha duro nos treinamentos, pode jogar em várias posições e ainda está em um nível alto. É um jogador muito importante, porque é necessário para o time. Ele joga pela equipe e não pelo seu ego, e é muito importante para nós", disse Thomas Tuchel em entrevista coletiva.

Com confiança, coroada pelo carinho que ele precisa, além de estatísticas que honram seu envolvimento e pelas responsabilidades que ele merece, Di María parece mais evoluído do que nunca. Em campo, sua garra e seus esforços defensivos testemunham esse novo papel.
Finalmente, como a cereja no topo do bolo, com nada menos do que 217 partidas disputadas com a camisa parisiense, Di María ofereceu ao Paris Saint-Germain seu recorde de fidelidade em um mesmo clube.