Na véspera de uma nova campanha na Champions League, o capitão do Paris Saint-Germain revisita os ingredientes que tornam essa competição tão única, 11 anos após sua primeira aparição e seu primeiro gol.
A Champions League é... música!
"Para mim, a Champions League é uma música... Lembro-me da primeira vez que ouvi a música da Champions League enquanto estava em campo; foi incrível. Já tinha ouvido muito essa música na televisão desde pequeno, assistia a esses jogos, esses grandes jogadores, esses grandes campeões que jogavam e faziam as pessoas sonharem. E um dia, lá estava eu, em campo, ouvindo essa melodia. Foi contra o Olympiakos. Foi meu primeiro jogo europeu com a camisa do Paris Saint-Germain e eu não havia antecipado esse momento, já que tive que substituir o Alex, que estava lesionado, de última hora. Eu tinha apenas 19 anos e me vi em campo com Thiago Silva. Foi realmente um momento inesquecível. Por isso, essa música, esse momento e a atmosfera que havia, ficarão gravados para sempre. Além disso, contra o Olympiakos, marquei também meu primeiro gol na Champions League com o Paris Saint-Germain. Foi uma noite inesquecível. Muito especial para mim.
Hoje, tenho mais experiência, e quando vejo outros jogadores como Lucas Beraldo, que ficam emocionados ao ouvir essa música pela primeira vez, isso me transporta para trás, é emocionante. É importante valorizar momentos assim. As coisas passam tão rápido em nossa vida, na nossa vida de jogador de futebol. Não devemos esquecer de onde viemos, de onde vêm nossos sonhos. E quando você ouve essa música, isso te lembra tudo o que você viveu para chegar até aqui.

A Champions League é... a conversa!
Certamente, nesta competição, também há momentos muito importantes no vestiário. Penso em jogos onde superamos nossas dificuldades todos juntos. Por exemplo, aquele jogo contra o Chelsea, onde ficamos com 10 jogadores após a expulsão do Zlatan (nota: em março de 2015, o PSG empatou duas vezes no placar com um jogador a menos). Foi um jogo muito difícil contra uma equipe que enfrentávamos com frequência naquela época. Acho que foi importante mostrar que estávamos ali para fazer coisas importantes. E penso que todas as falas dos capitães e dos líderes que estavam no vestiário naquele dia foram muito importantes. Isso nos deu força. Eles nos motivaram para que pudéssemos jogar com 10 jogadores e ainda assim ter um bom desempenho. E conseguimos! Não desistimos até o último minuto, e conseguimos a classificação. Lembro-me da emoção e da alegria que foi após aquele jogo. Naquela noite, eu joguei como lateral direito, e penso que todos deram esforços incríveis durante aquele jogo, especialmente na prorrogação. Foi realmente um jogo muito exigente e muito difícil, um verdadeiro teste para nós, como equipe, como grupo. E o vestiário, a conversa, naquele dia, foi muito importante.

A Champions League também é sobre... reviravoltas!
Não consigo me lembrar da Champions League sem mencionar o que foi, para mim, a reviravolta mais insana... Contra o Atalanta Bergamasca (nota: perdendo por 1 a 0 no final do tempo regulamentar, o PSG marcou dois gols aos 90 e 93 minutos para se classificar para as semifinais).
Primeiro, é preciso lembrar que o Atalanta era uma equipe que jogava muito bem e nos colocava em dificuldades durante o jogo, sempre liderando no final da partida. Estávamos realmente no fim do jogo, eu estava com tantas câimbras que tinha baixado minhas meias. Não conseguia mais jogar no meio de campo, estava exausto. Disse ao Thiago Silva que não aguentava mais, que não conseguia mais correr, que não conseguiria mais gerenciar o meio de campo nos últimos 5 minutos. Ele me disse para ir para frente e ficar lá, e foi assim que eu acabei indo para a área. Tivemos uma jogada, o Ney estava na lateral, e eu me encontrei na área... E o gol saiu. Foi uma loucura, uma energia incrível. Ainda sinto arrepios hoje quando penso naquele momento. E alguns minutos depois, o gol do Choupo-Moting que nos levou para as semifinais. Essa reviravolta será um momento marcante na minha vida, e também na minha vida como jogador de futebol.

A Champions League tem... uma nova fórmula!
Agora, a Champions League tem uma nova fórmula, uma nova competição que começa. Vamos conhecê-la juntos a partir de quarta-feira. Mas as ambições, os sonhos, os objetivos, continuam os mesmos. É o desejo de fazer nossos torcedores sonharem, de que eles se sintam orgulhosos dos jogadores que vestem a camisa e lutam pelas cores de Paris. Agora é o momento de descobrir essa nova fórmula juntos e fazer o máximo para nos qualificarmos. Penso que o mais importante será o primeiro jogo contra o Girona em casa, mostrar um bom desempenho, fazer um bom jogo e acumular pontos em nosso estádio diante do nosso público. O objetivo é começar bem."