50 jogos lendários: A Europa para o Paris!

Depois de eliminar Parma e La Coruña nas fases anteriores, os Rouge et Bleu são os grandes favoritos desta final que se aproxima dos austríacos do Rapid Viena. No entanto, o clube da capital acaba de perder toda a esperança de conquistar um título francês que lhe era prometido há muito tempo. Após esse fracasso, os jogadores e a equipe partem para Hendaye, no País Basco, para uma concentração antes da final da Recopa da Europeia a ser disputada.

Na véspera, 15 mil torcedores parisienses fizeram uma curta viagem a Bruxelas para apoiar seu time em um estádio Roi Baudouin, que recebeu 37.500 pessoas naquela noite. Luis Fernandez tem todo o seu elenco antes desta partida e escala a sua equipe principal, com Patrice Loko e Youri Djorkaeff na frente.

Eu disse a ele: "bata com força!"

N'Gotty dá o primeiro chute da partida, sem perigo para Konsel (3'/1ºT). Mas o Paris recebeu um duro golpe aos 12 minutos, quando Raí teve que sair de campo após uma entrada violenta de Schöttel. Dely Valdes o substitui, mas os Rouge et Bleu ainda não se soltam em campo. O Paris acelera, e Djorkaeff, por duas vezes, leva perigo a Konsel, primeiro com uma bola levantada (17'/1ºT), depois com um chute que termina logo acima do gol austríaco (20'/1ºT).

Youri, decididamente em todas as boas jogadas, consegue uma falta a mais de 30 metros. Bruno N'Gotty assume o comando e encontra o fundo da rede, permitindo aos parisienses abrir o placar (1x0, 29'/1ºT)! Após o intervalo, o Paris Saint-Germain quase aumenta com Djorkaeff, que acerta a trave de Konsel depois de ter aberto o caminho para o gol, graças ao lançamento de Patrice Loko (13'/2ºT).

Sem matar o jogo, o Paris acaba sendo exposto. Os austríacos reagem, mas encontram um Bernard Lama em grande noite. Diante de Heraf, por duas vezes, Lama se destaca (19'/2ºT, 27'/2ºT), e depois saindo aos pés de Jancker (45'/2ºT), e na cabeçada de Barisic (45'/2ºT). Loko tem um gol anulado por posição de impedimento, até o árbitro Pairetto apitar e consagrar os Rouge et Bleu, que se tornam o primeiro e único clube francês na história a levantar a Recopa Europeia.

Youri Djorkaeff, ao contar suas memórias, não esconde sua felicidade: "No gol de Bruno N´Gotty, era eu quem costumava a bater as faltas, mas acho que estava muito longe. Eu disse a ele: 'bata forte!'. O resto vocês já sabem... Quando soou o apito final, senti algo muito forte, muito interno. Não foi uma libertação nem uma consagração, mas uma conquista. A comemoração com a torcida na época foi fantástica.”

No dia seguinte à coroação, é hora da festa em Paris. Após uma curta noite, os parisienses são recebidos no Hôtel de Ville pelo então prefeito, Jean Tiberi. À tarde, jogadores e funcionários são convidados ao Palácio do Eliseu pelo Presidente da República, Jacques Chirac. Depois dessas reuniões oficiais, eles seguem ao Champs-Elysées, onde 50 mil torcedores aguardam os heróis antes de festejar no gramado do Parc des Princes à noite.

PARIS SAINT-GERMAIN 1x0 RAPID VIENA
Recopa Europeia - Final
8 de maio de 1996 - Stade du Roi Baudouin (Bruxelas)
Árbitro: Pairetto (Itália)
Gol: N’Gotty (28'/1ºT)
PARIS SAINT-GERMAIN: Lama (c) - Roche, N’Gotty, Le Guen- Fournier (Llacer, 32'/2ºT), Bravo, Raí (Dely Valdes, 12'/1ºT), Guérin, Colleter - Loko, Djorkaeff. Treinador: Luis Fernandez.
RAPID VIENA: Konsel (c) - Schöttel, Ivanov, Hatz, Heraf- Kühbauer, Stögger, Guggi, Marasek - Stumpf (Barisic, 1'/2ºT), Jancker. Treinador: Ernst Dokupil.