Thiago Silva: “Um clube que ficará no meu coração por toda a vida”
Foi em sua casa no Brasil, no Fluminense, que Thiago Silva recebeu a PSG TV. Mas mesmo no Rio, “O Monstro” não esquece o Paris Saint-Germain, clube que o marcará para toda a vida. Thiago Silva, que completou 40 anos neste domingo, relembra sua passagem por Paris
Thiago, você completou 40 anos neste domingo, mas a hora da aposentadoria ainda não chegou!
"Não sei quanto tempo mais vou jogar! Estou muito feliz por estar de volta em casa. Saí do Fluminense rumo à Europa há 15 anos, então voltar aqui é mágico, principalmente num momento em que o clube realmente precisa. Estou aqui para ajudar. Apesar de ter quase 40 anos, ainda fico muito feliz quando estou em campo. Quando isso não acontecer, quando eu não estiver mais feliz por estar aqui, então terá chegado o momento de encerrar minha carreira. Mas não agora!"
15 anos na Europa, incluindo oito no Paris Saint-Germain... Isso definitivamente deixa uma marca!
"Com esta camisa consegui muitas coisas. O Paris Saint-Germain é muito especial para mim, para minha família. Tentei dar tudo por este clube. É um clube que ficará no meu coração por toda a vida. Um clube que me marcou não só como jogador profissional, mas também como homem, como pai de família. Minha estada em Paris me mudou completamente, e minha família também."
Você se lembra de quando chegou ao clube em 2012?
"Sim, não foi fácil chegar a um novo país, habituar-me a uma cultura nova e completamente diferente, mas o clube, os funcionários, o presidente, me ajudaram a me sentir em casa. Principalmente o presidente, ele fez muito por mim. E Carlo Ancelotti também. Lembro que da primeira vez que fui ao Centro de Treinamento, cheguei em campo e ele veio me receber e disse: 'Vamos fazer grandes coisas aqui'. E ele imediatamente me contou sobre Verratti. Ele me disse: 'Esse menino é um fenômeno e acho que ele vai te ajudar muito, principalmente na saída de bola'. Essa foi a primeira coisa que ele me disse."
Você não foi o único a chegar ao Paris Saint-Germain naquele verão. Zlatan Ibrahimovic também assinou com o clube...
"Sim, também tenho uma passagem com o Zlatan. Estive nos Jogos Olímpicos, em Londres, e ele me ligou: 'Thiago, é verdade que você vai assinar pelo Paris-Saint-Germain?'. Eu respondi: 'Sim, acabei de assinar. Fiz os exames com o médico, agora mesmo, no hotel. E depois dos Jogos Olímpicos, vou para Paris. Mas por que você está me perguntando isso?'. E ele me disse: 'Porque eu também vou para Paris!'. E assim, depois de Milão, voltamos a estar juntos, em Paris. Foi maravilhoso jogar com ele no Paris Saint-Germain."
Oito temporadas, 315 partidas, 23 títulos... Sua passagem pelo Paris Saint-Germain foi rica, mas você se lembra de algum momento específico?
"É complicado, houve muitos momentos importantes. Minha primeira partida no Parc foi obviamente especial. Um jogo da Liga dos Campeões contra o Dínamo de Kiev também. Foi a estreia e também o primeiro gol... Houve também o primeiro título de Campeonato Francês depois de quase 20 anos de espera, com jogadores que já estavam lá, como Papus (Zoumana Camara), Sakho, Jallet, Bodmer, Hoarau... Jogadores muito importantes, porque prepararam o clube antes de chegarmos. E depois, nos grandes momentos, há obviamente o meu gol na prorrogação contra o Chelsea, no Stamford Bridge em 2015, que nos permitiu a classificação para as quartas de final da Liga dos Campeões."
Sua passagem terminou com uma final perdida da Liga dos Campeões disputada a portas fechadas. Isso é um arrependimento para você?
"Dei tudo pelo clube e chegamos à final, mas não vencemos. Infelizmente, a Covid não me permitiu despedir dos torcedores como gostaria. Mas lembro-me que antes de partirmos para o Final Four de Lisboa, fizemos um amistoso no Parc des Princes (contra o Celtic FC). A capacidade do estádio foi reduzida em 90%, mas os torcedores ainda assim fizeram algo por mim. Isso me tocou muito, porque dei tudo pelo clube, então receber essa homenagem da torcida antes da minha saída foi muito importante para mim."
Hoje, qual é a sua relação com o clube? Você continua torcedor do Paris Saint-Germain?
"É claro, assisto todos os jogos sempre que tenho oportunidade! E é estranho, porque cada vez que vejo o Paris Saint-Germain, sinto que ainda estou no clube. Acho que é porque me identifiquei com Paris e isso faz parte de mim. Foi o período mais importante da minha vida como jogador profissional e como pai. Foi magnífico. O que mais posso dizer? Só desejo o melhor para o clube, para os torcedores, para a cidade. O Paris Saint-Germain é mágico e magnífico!"